sábado, 1 de junho de 2013

ser fraca

a fraqueza como uma forma de subsistência.
não é uma fraqueza pretensiosa, única. não, isto larguei faz tempo.
a fraqueza que sinto é aquela que apaga as minhas bordas, me funde com a paisagem.
citando a melhor definição para a velhice, que acredito que sirva para mim:
me sinto como um pedaço de manteiga, um pedaço bem pequeno, espalhado por um pedaço muito grande de pão. me sinto fina, esticada. me sinto como a manteiga das beiradas, onde já não há tanta manteiga, já meio derretida, entranhada no pão. sou aquela manteiga que você não consegue mais ver, que já foi tragada.
não sei mais o que de mim é manteiga, o que de mim é pão. não sei se tenho pão, se deveria ter pão.
já não quero procurar os erros de português porque, além de fina, estou vazia. como o pote do qual não há mais manteiga para tirar.

é uma citação sem vergonha de tolkien. sem vergonha porque, apesar de SdA ser cansativo e lento, escorrido, foi e é um cansativo que encantou e fez amar milhões de pessoas. algo além da minha capacidade.
se bem que ser amada também já é uma pretensão deixada de lado, se é que existiu de verdade. minha única e falhada pretensão foi me amar.

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